segunda-feira, 29 de julho de 2013

Cadastro Territorial Multifinalitário







Inicio as publicações no Blog do Agrimensor tratando de um assunto que particularmente me instiga muito, pois é uma das matérias na qual estou diretamente ligado e que faz parte do cotidiano dos estudantes da Agrimensura, mas apenas uma pequena parte dos que se tornam profissionais se especializam neste seguimento.

Trata-se do Cadastro Territorial Multifinalitário ou CTM, que tem sido de grande procura pelos gestores municipais (prefeitos), pois a partir dele, inicialmente, o município pode organizar sua arrecadação de IPTU – Imposto Predial e Territorial Urbano e ter conhecimento real da sua situação territorial.

Quando digo que o CTM é utilizado inicialmente para efeito de tributação, parto do ponto de vista de que a maioria dos gestores municipais ainda receia disponibilizar para a população uma ferramenta que expõe de forma tão clara as diversas necessidades do município e sua real situação espacial, cadastral, documental e etc. Porém a arrecadação é de grande interesse, pois através dela é que prefeitos e outros gestores obtém recursos  para sua gestão  e atualmente a plataforma SIG casada ao sistema de administração tributária municipal é a melhor das opções para otimizar o processo de arrecadação de impostos prediais e territoriais urbanos. E a plataforma SIG uma vez implantada, mesmo que para efeito de tributação, serve de porta de entrada para a implantação do CTM.


Através das ferramentas de geotecnologia somadas aos conhecimentos de informática, cartografia, análise de campo e registros imobiliários legais (cartórios), é possível ter conhecimento de toda situação territorial e predial do município, zonas urbanas e rurais, suas condições físicas e jurídicas como a realidade estrutural de determinada construção por meio de fotos, a quem pertence o imóvel na atualidade e todo o seu histórico de compra e venda desde sua origem, o chamado inteiro teor.

Mas o CTM vai muito além disso, o seu objetivo principal consiste na integração das diversas secretarias do município, do estado e do país que possam fazer não só o uso das informações do banco de dados, mas também possam alimenta-lo e aperfeiçoa-lo. Dessa forma a base de dados geográfica utilizada pela secretaria de fazenda no cadastramento dos imóveis privados e públicos, também pode e deve ser utilizado pela secretaria de meio ambiente por exemplo, no que diz respeito as APP’s - Áreas de Preservação Permanente e as chamadas ZIA’s – Zonas de Impacto Ambiental também utilizado pela secretaria de infra estrutura, no acompanhamento das obras urbanas municipais como o andamento da construção de viadutos, pontes, vias a serem asfaltadas e muitas outras. Assim também em conjunto com as empresas de coleta de lixo, de fornecimento de água, luz, telefone e outros órgãos fundamentais como o INCRA que é responsável pelos imóveis em áreas rurais do país.

Através do Estatuto da Cidade
 (Lei 10.257/2001), que prevê a necessidade do desenvolvimento por parte da administração de cada município do Plano Diretor, e da Portaria Ministerial 511/2009, surgiu a poderosa ferramenta cadastral que tem por base a plataforma SIG, Sistema de Informações Geográficas.

Existem cidades que já disponibilizam aos contribuintes a ferramenta para consultas pelo site de sua prefeitura, uma delas é a prefeitura de Dourados – MS, link: http://geo.dourados.ms.gov.br/geodourados/map.phtml. Porém Dourados faz parte de uma parcela mínima de municípios que a disponibiliza.

A implantação do CTM na gestão municipal tem custo elevado e exige adequação e padronização dos processos que geram as informações que o alimentam. Sua manutenção deve ser regida por padrões e normas que garantam a confiabilidade das informações ali depositadas e colhidas por pessoas que trabalham direta e indiretamente na sua construção. O profissional para trabalhar diretamente com o CTM, deve ter conhecimentos práticos de informática, pois deve operar alguns softwares como o ArcGIS e o Quantum GIS, (assunto para uma futura publicação), também noção de cadastro imobiliário e os documentos que o validam, noções de administração pública entre outros. A capacitação é fundamental.

Capacitação

Atualmente o Ministério Das Cidades oferece um curso à distância de 10 módulos de Cadastro Territorial Multifinalitario com os atuais parâmetros nacionais e os principais padrões internacionais, além de contar o surgimento do CTM. Você pode acessar e se inscrever até 30/12/2013 através do link do Capacidades: http://www.capacidades.gov.br, o curso está disponível desde 11/03/2013 e tem carga horária de 32 horas. Capacite-se já!

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