terça-feira, 23 de setembro de 2014

AutoCAD ou ArcGIS?


Durante os estudos da Agrimensura muitas dúvidas aparecem na cabeça dos futuros técnicos em relação aos softwares ArcGIS e AutoCAD, nomes muito comuns de se ouvir quando o assunto é produção de plantas e mapas. Este texto trata das diferenças e semelhanças básicas destes excelentes programas produzidos pela ESRI e pela AUTODESK.

Bom, apesar destes softwares serem mencionados e muito utilizados no desenvolvimento de plantas e mapas, estas não são suas únicas características, mas hoje focaremos nestas funções primordiais na vida do agrimensor e que contam muitos pontos quando o quesito é a qualidade.

AutoCAD



O AutoCAD é um software fabricado pela Autodesk, muito conhecido em diversas áreas de atuação por proporcionar simplicidade e leveza aos "desenhistas". Suas características principais são pautadas na organização através de camadas ou layers somada a praticidade dos atalhos ou comandos que podem ser personalizados a gosto do usuário, na utilização de suas ferramentas, geralmente uma ou duas letras do teclado seguida da tecla "espaço", exemplo: função cópia, representada de forma padrão pelas letras (CO) e confirmadas com ENTER ou ESPAÇO.

Para alguns esta característica não é exatamente uma facilidade, há quem não goste de memorizar tantos atalhos. Mas isso não é problema pois o layout do AutoCAD também é personalizável, oferecendo "botões" virtuais na tela do usuário para todas as principais funções.



O AutoCAD é muito utilizado nas plataformas 2D (desenhos simples em duas dimensões em linhas planas) e 3D (design de móveis planejados, peças de maquinários, projetos arquitetônicos e de Eng, Civil entre outros). O 2D é naturalmente o território do agrimensor quando o assunto é planimetria e também a altimetria, a pesar da altimetria entrar em território 3D quando se trata de modelagem de terreno. Dependendo da versão, o Cad só oferecerá as duas dimensões para você trabalhar, ou seja, o módulo 2D.




A partir da versão de 2009, o Autocad revolucionou suas características passando a oferecer suporte ao desenvolvimento de Sistemas de Informações Geográficas, os SIG's passando a ser conhecido como "Autocad Map 3D", funcionalidade até então de domínio do ArcGIS, outro software que conheceremos a seguir. Mas antes, farei uma breve descrição das funcionalidades que o AutoCAD oferece e que certamente o agrimensor necessitará aprender.

Lançamento de azimute, rumo e distância que podem ser configurados através do painel "Drawing Units" ou (unidade de desenho), comando padrão (UN). La você configura se vai lançar rumo ou azimute, casas decimais da distância, unidade de medida, se lançará graus, minutos e segundos e se o sentido será horário ou anti-horário.

Você precisará da função "Polyline" para começar a desenhar e o seu comando é representado pelas letras (PL) e caso queira estender ou cortar a polilinha, basta acionar o comando (EX) - "Extend" ou (TR) - "Trim". Caso queira lançar um círculo o comando é (C) - "Circle", ou um retângulo, (REC) - "Rectang". Lançamento de Ponto é representado pelo comando (PO) - "Point".


Quando você se depara com uma pessoa habituada a utilizar os comandos do Cad, é natural que o assemelhe a um pianista, devido a forma que este usuário utiliza o teclado do Computador.
A extensão mais conhecida do AutoCAD é a DWG, más oferece uma gama de outras possibilidades de exportação e importação de formatos, como o DXF e o DGN.

ArcGIS



O ArcGIS é fabricado pela ESRI, muito utilizado no Geoprocessamento e desenvolvimento de SIG's,  Sistemas de Informações Geográficas, mais até do que o AutoCAD, pois sua plataforma foi criada com este propósito, de unir banco de dados a representações geográficas, ou seja, adiciona e guarda grande quantidade de informações, também conhecidos como atributos, relacionados as camadas.  Uma linha que represente um córrego por exemplo, os atributos podem ser o nome do córrego, a largura, a extensão, a vazão, histórico de mudanças, o município e estado em que se localiza, enfim, informações que ficam a critério da necessidade do projeto e do usuário.









Com este programa você também trabalhará com camadas, entretanto a cada desenvolvido no ArcGIS, será necessário que se crie um novo banco de dados com layers específicas para cada tipo de dado, ou seja, extensões próprias para linhas, pontos e polígonos.  

Para se trabalhar com imagens de satélites, fotogramétricas e escaneamentos o ArcGIS é muito indicado, oferece uma infinidade de ferramentas para georreferenciamento, recorte, tratamento, alteração de bandas e até análise por amostragem, mas com uma pequena diferença com relação ao Spring neste quesito, o ArcGIS não oferece relatórios de máxima e mínima verossimilhança.

Como todo banco o ArcGIS oferece possibilidades de cruzamento de dados para obtenção de informações, relatórios e gráficos estatísticos bem ilustrados. Oferece ferramentas muito práticas para esta finalidade e também possibilita ao usuário que acesse módulos de linguagens de programação e insira códigos relacionados ao assunto.

Mas voltando as funções básicas para agrimensores, este programa também oferece suporte ao lançamento de coordenadas UTM ou Geográficas, lançamento de rumos, azimutes e distâncias que podem ser configuradas nas opções da barra de ferramentas "EDITOR".

No quesito ferramentas, as semelhanças com o AutoCAD é que; 1) também é possível criar atalhos para as ferramentas do ArcGIS através do menu "Customize", 2) o layout também é configurável a gosto do usuário com diversas barras de ferramentas, você pode encontra-las clicando com o botão direito do mouse no espaço destinado a elas e 3) possui plataformas 2D e 3D. 

Basicamente, bem basicamente mesmo, são estas as semelhanças e diferenças entre estas duas obras de arte da tecnologia. Lembrando que são softwares pagos, o que quer dizer que você precisará adquirir uma licença para utiliza-los, seja na versão trial ou completa. Aprender a utilizar um deles na verdade não o impede de aprender o outro, portanto quanto maior o conhecimento em ambos, maiores as suas chances de ter sucesso em seus projetos, bons estudos!

Espero ter auxiliado um pouco com as suas dúvidas, caso tenha gostado não deixe de comentar e compartilhar.

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

CONVERSÃO DE AZIMUTE EM RUMO E VICE-VERSA

O caminhamento nada mais é que a descrição dos limites de um imóvel. Um conjunto de vértices de uma poligonal descritos de maneira técnica, utilizando termos incomuns de se ouvir no dia a dia, mas muito comuns para cartórios, imobiliárias e no próprio INCRA.

Quando se trata de Azimutes e Rumos muitos estudantes e profissionais se arrepiam só de pensar em interpretar, pois encontram dificuldades para visualizar e entender como funcionam essas unidades de medidas que se resumem em Graus°, Minutos’ e Segundos”, que são essenciais para qualquer levantamento planimétrico.



Por ser base, sugiro que comecemos o quanto antes a entender como funcionam estas medidas angulares e como fazemos para transformar uma em outra, Azimute em Rumo e vice-versa. Mas antes erga a cabeça e respire fundo. E saiba que é um assunto muito simples, que exige apenas atenção e um pouco de imaginação. Estou dizendo que o segredo é visualizar, ter em mente o conjunto de quadrantes em Rumo e Azimute.

Saiba primeiro as as diferenças entre Rumo e Azimute com as figuras 01 e 02.



Agora entenda um pouco como cada uma se aplica na prática com as figuras 03 e 04.

Observe que em Rumo o caminhamento segue em sentido anti-horário. 

E em Azimute o caminhamento segue em sentido Horário.


Agora entenda como se faz a conversão de Azimute para Rumo com as figuras 05 e 06.


Sugiro que você simule esse procedimento com outros caminhamentos até que guarde bem em sua memória, pois sem prática os conhecimentos vão ficando cada vez mais distantes!
Aproveite e interprete uma conversão inversa, a transformação de Rumo em Azimute com o mesmo seguimento descrito acima, apenas tome cuidado com os sentidos de caminhamento.

Espero ter te ajudado com esta 2ª publicação oficial do Blog do Agrimensor, caso tenha gostado comente as publicações e até a próxima!

Conheça termos técnicos utilizados acessando nossa página Agrimensurando ou clicando aqui.

segunda-feira, 29 de julho de 2013

Cadastro Territorial Multifinalitário







Inicio as publicações no Blog do Agrimensor tratando de um assunto que particularmente me instiga muito, pois é uma das matérias na qual estou diretamente ligado e que faz parte do cotidiano dos estudantes da Agrimensura, mas apenas uma pequena parte dos que se tornam profissionais se especializam neste seguimento.

Trata-se do Cadastro Territorial Multifinalitário ou CTM, que tem sido de grande procura pelos gestores municipais (prefeitos), pois a partir dele, inicialmente, o município pode organizar sua arrecadação de IPTU – Imposto Predial e Territorial Urbano e ter conhecimento real da sua situação territorial.

Quando digo que o CTM é utilizado inicialmente para efeito de tributação, parto do ponto de vista de que a maioria dos gestores municipais ainda receia disponibilizar para a população uma ferramenta que expõe de forma tão clara as diversas necessidades do município e sua real situação espacial, cadastral, documental e etc. Porém a arrecadação é de grande interesse, pois através dela é que prefeitos e outros gestores obtém recursos  para sua gestão  e atualmente a plataforma SIG casada ao sistema de administração tributária municipal é a melhor das opções para otimizar o processo de arrecadação de impostos prediais e territoriais urbanos. E a plataforma SIG uma vez implantada, mesmo que para efeito de tributação, serve de porta de entrada para a implantação do CTM.


Através das ferramentas de geotecnologia somadas aos conhecimentos de informática, cartografia, análise de campo e registros imobiliários legais (cartórios), é possível ter conhecimento de toda situação territorial e predial do município, zonas urbanas e rurais, suas condições físicas e jurídicas como a realidade estrutural de determinada construção por meio de fotos, a quem pertence o imóvel na atualidade e todo o seu histórico de compra e venda desde sua origem, o chamado inteiro teor.

Mas o CTM vai muito além disso, o seu objetivo principal consiste na integração das diversas secretarias do município, do estado e do país que possam fazer não só o uso das informações do banco de dados, mas também possam alimenta-lo e aperfeiçoa-lo. Dessa forma a base de dados geográfica utilizada pela secretaria de fazenda no cadastramento dos imóveis privados e públicos, também pode e deve ser utilizado pela secretaria de meio ambiente por exemplo, no que diz respeito as APP’s - Áreas de Preservação Permanente e as chamadas ZIA’s – Zonas de Impacto Ambiental também utilizado pela secretaria de infra estrutura, no acompanhamento das obras urbanas municipais como o andamento da construção de viadutos, pontes, vias a serem asfaltadas e muitas outras. Assim também em conjunto com as empresas de coleta de lixo, de fornecimento de água, luz, telefone e outros órgãos fundamentais como o INCRA que é responsável pelos imóveis em áreas rurais do país.

Através do Estatuto da Cidade
 (Lei 10.257/2001), que prevê a necessidade do desenvolvimento por parte da administração de cada município do Plano Diretor, e da Portaria Ministerial 511/2009, surgiu a poderosa ferramenta cadastral que tem por base a plataforma SIG, Sistema de Informações Geográficas.

Existem cidades que já disponibilizam aos contribuintes a ferramenta para consultas pelo site de sua prefeitura, uma delas é a prefeitura de Dourados – MS, link: http://geo.dourados.ms.gov.br/geodourados/map.phtml. Porém Dourados faz parte de uma parcela mínima de municípios que a disponibiliza.

A implantação do CTM na gestão municipal tem custo elevado e exige adequação e padronização dos processos que geram as informações que o alimentam. Sua manutenção deve ser regida por padrões e normas que garantam a confiabilidade das informações ali depositadas e colhidas por pessoas que trabalham direta e indiretamente na sua construção. O profissional para trabalhar diretamente com o CTM, deve ter conhecimentos práticos de informática, pois deve operar alguns softwares como o ArcGIS e o Quantum GIS, (assunto para uma futura publicação), também noção de cadastro imobiliário e os documentos que o validam, noções de administração pública entre outros. A capacitação é fundamental.

Capacitação

Atualmente o Ministério Das Cidades oferece um curso à distância de 10 módulos de Cadastro Territorial Multifinalitario com os atuais parâmetros nacionais e os principais padrões internacionais, além de contar o surgimento do CTM. Você pode acessar e se inscrever até 30/12/2013 através do link do Capacidades: http://www.capacidades.gov.br, o curso está disponível desde 11/03/2013 e tem carga horária de 32 horas. Capacite-se já!

sexta-feira, 26 de julho de 2013

Blog do Agrimensor e a Agrimensura



Este novo canal é dedicado especialmente a ciência da Agrimensura, a matéria responsável pelo parcelamento da superfície terrestre através de suas metodologias, sistemas e ferramentas que a cada dia estão tecnologicamente mais avançadas

Mas esta área, a qual até pouco tempo era de conhecimento e interesse de apenas uma pequena parte dos brasileiros. Ela abrange grande quantidade de conhecimento em várias áreas, como na Cartografia, Topografia, Geodésia, Sensoriamento Remoto, Geografia, Engenharia Civil, Desenho Técnico, Sistema de Informações Geográficas - SIG, Cadastro Técnico Multifinalitário e serve de suporte para muitas outras como as Engenharias Florestal, Ambiental, de Produção entre outras.

 Hoje é cada vez mais comum avistarmos profissionais operando suas estações e GPS's pelas ruas da cidade e pelos imóveis rurais do país. Nos jornais frequentemente vejo matérias que apontam a agrimensura como uma das áreas mais promissoras na atualidade com formação superior e técnica de centenas de profissionais a cada dia, hoje sua valorização é facilmente notada. 

 Pretendo compartilhar aqui meus conhecimentos e aprofunda-los cada vez mais no que diz respeito aos avanços legais, tecnológicos e científicos dos conhecimentos que envolvem e compõem a ciência da Agrimensura, seja bem-vindo estudante, crítico construtivo e colaborador.